Padroeiros da Paróquia

Padroeiros da Paróquia
Os Santos Mártires das Missões - Santo Afonso Rodriguez, São Roque Gonzáles e São João del Castillo

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Linha Santa Cruz: 164 anos de história


“As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”

Com esta frase atribuída ao filósofo grego Epicuro, iniciamos contanto a história da chegada dos 12 primeiros imigrantes germânicos provenientes da Silésia e do Reno, poucos dias antes do natal do ano de 1849, iniciando assim a história de Linha Santa Cruz. São eles: o casal August Wuttke (42 anos), católico, moleiro e Francisca Wuttke (33 anos) e os filhos Guilherme (14 anos) Johana Maria (13 anos) Lucas (6 anos) e Juliana (4 anos); Frederich Tietze (28 anos), evangélico, moleiro; Carlota Tietze (30 anos), irmã de Frederich; August Raffler (26 anos), católico, lavrador; Gottlieb Pohl (29 anos); August Arnold (43 anos) e August Mandler (30 anos), que eram evangélicos e lavradores como profissão.

Depois de atravessar o oceano a bordo da barca prussiana Bessel chegaram ao Rio de Janeiro em 15 de setembro, onde o 13° imigrante, João Beckenkamp, foi convidado pelo imperador Dom Pedro II, para ser o cocheiro do paço, só vindo para a colônia no ano seguinte. No dia 17 de dezembro de 1849 chegaram a Rio Pardo, viajando pelo rio Jacuí no barco Bela Francisca. Dois dias depois, 19 de dezembro, transportados por carretas de duas rodas, finalmente pisavam em nosso solo. Eles se instalaram em choupanas ou ranchos cobertos de palha de jerivá e cultivavam mandioca, milho, feijão, batata e outros produtos da terra, introduzindo ainda a cultura do fumo, iniciada com sementes cubanas, cujos primeiros relatos datam de 1852.

Estes colonizadores nos legaram um patrimônio histórico que precisa ser preservado, como a rua mais antiga de Santa Cruz na época denominada de Alte Pikade (Picada Velha), o prédio da cooperativa, a Cruz dos Assmann, ao lado do Mercado Caminho de Casa, que eterniza uma promessa feita em alto mar, durante uma viagem cheia de perigos, de erigir uma cruz, caso chegassem ilesos ao destino. Temos também a escola mais antiga do município, com 160 anos completos em 2013, uma escola comunitária fundada em 1853, mostrando que os nossos antepassados tinham a educação dos seus filhos como primordial. Ela foi incorporada a rede estadual em 1970 e hoje leva o nome de Affonso Pedro Rabuske, professor, regente do coral e líder comunitário. Temos outros patrimônios culturais, como a Sociedade de atiradores que tem mais de 130 anos de atividade e pontos turísticos mais recentes como a Igreja Santos Mártires das Missões, o aeroporto Luiz Beck da Silva, o Seminário São João Batista, a Escola Três Mártires, os bonecos Fritz e Frida no trevo de acesso do bairro, No esporte temos o “Linha” (SBEC Linha Santa Cruz) que vai comemorar seu 55 anos em 18 de janeiro de 2014.


Por Antelmo Stoelben

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

História da Paróquia de Linha Santa Cruz

Os primeiros imigrantes alemães em Santa Cruz do Sul fixaram residência na Picada Velha - Alte Pikade - no dia 19 de dezembro de 1849. O lugar era assim conhecido em virtude do caminho estreito que subia o cerro que divida as águas do Rio Pardinho e Taquari Mirim. Por ocasião do centenário da imigração alemã (19 de dezembro de 1949), Pe. Inácio Eidt escreveu assim no Livro Tombo da Paróquia: "Os primeiros imigrantes fixaram residência nesta paróquia, na Linha Santa Cruz, por terem aberto no meio das florestas virgens, um caminho estreito (...) no cerro que divide as águas do Rio Pardinho e Taquari Mirim, seguindo sempre a picada pelos cerros mais altos, até as vertentes dos rios. É lá perto das vertentes que começou verdadeiramente a colonização. Mas vendo os moradores que a terra parecia mais fértil mais ao sul que o norte, voltaram. Era-lhes também mais fácil a venda de seus produtos a Rio Pardo, para onde os levavam no lombo do cavalo".

É nesta região, mais precisamente na localidade de Boa Vista, que foi rezada a primeira missa de Santa Cruz do Sul. No local ficou o marco de uma cruz, que está sendo preservada pela comunidade.

O atendimento religioso dos primeiros imigrantes era feito pelos padres de Rio Pardo e, a partir de 1860, pela paróquia São João Batista de Santa Cruz do Sul. A primeira escola-capela, construída no século XIX, foi edificada ao lado do atual prédio da cooperativa. Em 1909 foi construída a segunda capela, onde atualmente se encontra a Escola Afonso Pedro Rabuske.

No dia 31 de dezembro de 1945 Linha Santa Cruz foi elevada à condição de paróquia - paróquia dos Bemaventurados Mártires Riograndenses -, sendo que a antiga capela fez às vezes de igreja matriz por cinco anos.

No dia 5 de dezembro de 1947 iniciaram as obras de construção da atual Igreja dos Santos Mártires das Missões, sendo que a pedra angular foi abençoada por Dom Vicente Scherer no dia 12 de setembro de 1948. Dois anos mais tarde, no dia 11 de outubro de 1950, o mesmo Dom Vicente abençoou a Igreja matriz e celebrou a missa pelos benfeitores. Na mesma oportunidade também abençoou as imagens dos santos padroeiros (Roque Gonzales, Afonso Rodrigues e João de Castilho), fabricadas em Porto Alegre nos tamanhos de 1,60 e 1,45 ms. As imagens foram uma doação das famílias de João Stein, João Luis Kipper, Augusto heck, Miguel e Celma Heck.

O nome da paróquia foi alterado para Paróquia dos Santos Mártires das Missões em 1988, quando João Paulo II canonizou os mártires Roque, Afonso e João, em cerimonia realizada na catedral de Assunção, Paraguai. É assim que eles passaram a ser conhecidos no calendário dos santos da igreja, cuja data é comemorada em 19 de novembro.

O primeiro pároco da paróquia foi o Pe. Inácio Eidt, que ficou na função até o final de 1959. No dia 1º de janeiro de 1960 assumiu o Pe. Reinaldo Rech, que foi um grande pintor. Sucederam-lhe os padres: Miguel Ody (1975), .Dario Backes (1976), Seno Wickert (1988), Paulo Hoffimann (1989), Cláudio José Krst (1994), Elo João Back (1996), João Cláudio Weiler (1999), Roni Osvaldo Fengler 92001), Alfredo Lenz (2003), José Luciano Schneiders (2007) e Roque Hammes (2011).

Atualmente, a paróquia é constituída por nove comunidades, a saber:
Santos Mártires das Missões de Linha Santa Cruz com 660 dizimistas.
Sagrada Família de Pinheiral com 335 dizimistas.
Nossa Senhora Auxiliadora de Boa Vista com 290 dizimistas,
São Francisco Xavier de Linha João Alves com 258 dizimistas.
Santo Anjo da Guarda de Linha Nova com 109 dizimistas.
Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Linha Antão com 88 dizimistas.
São Jacó de Quarta Linha Nova Alta com 74 dizimistas.
Santo Antônio de Linha Nova com 71 dizimistas.
Nossa Senhora Aparecida de Alto Boa Vista com 42 dizimistas.

Além disso, existem dois núcleos onde regularmente são feitas celebrações, a saber: Tavessa Bohnen e Sagrada Família de Linha Antão.

No território da paróquia está situado o Seminário São João Batista, para cuja construção as famílias locais muito contribuíram. Ainda hoje, muito da sustentação do seminário vem da paróquia dos Santos Mártires.

No território da paróquia também está edificada a Casa Amparo Fraterno, que abriga os padres idosos e doentes da Diocese. Igualmente está situada na região a sede social dos padres da Diocese (APRES). 

Em 2013, estudavam nas escolas situadas na paróquia 697 crianças e adolescentes. Existem 7 escolas na área da paróquia, sendo cinco delas com ensino fundamental completo e duas até o 5º ano. Muitos alunos estudam nos colégios da cidade e em Monte Alverne. 

Em relação à principal ocupação, a população sobrevive, majoritariamente, da agricultura. As principais culturas são fumo, arroz, milho, verduras, frutíferas. Na agropecuária destacam-se alguns criadores de gado leiteiro.

Atualmente existem 13 loteamentos em Linha Santa Cruz. Em Linha João Alves são mais de três mil lotes que estão à venda. Tudo isso vai implicar em grandes mudanças num futuro próximo.

Uma das reivindicações da população local é a construção de um trevo sobre a RS 387, uma vez que são aproximadamente 18 mil pessoas que precisam atravessar a rodovia para se deslocarem até o centro da cidade.

Um dos orgulhos da paróquia é o fato de ser a paróquia originária do primeiro bispo de Santa Cruz do Sul, a saber, Dom Alberto Frederico Etges, nascido em Boa Vista.